Bombas Centrífugas vs Inversor de Frequência - para usúarios


05 setembro, 2015
Este post  trás o entendimento sobre o que acontece quando utilizamos um Inversor DE FREQUÊNCIA em uma BOMBA CENTRÍFUGA, questões como:

      Porque usá-lo?
      O que acontece com a bomba?
      Quais são as vantagens?
      Potência consumida vai bem, DINHEIRO pode ser economizado?
      etc...

Primeiro, Porque usar um inversor de frequência?

Primeiramente temos que ter o conhecimento da base, ou seja, é necessário saber que a APLICAÇÃO DE UMA BOMBA CENTRÍFUGA pode ser muito abrangente, desde uma simples transferência de água de uma cisterna para uma caixa d´água como um sistema complexo de irrigação para um plantio ou irrigação para um campo de golfe até um sistema de abastecimento de caldeiras na indústria.   
Na maioria das APLICAÇÕES o consumo de água não é constante, algumas possuem diferentes demandas em cada período, dessa forma um inversor de frequência é muito interessante para variar o FLUXO/VAZÃO de acordo com o consumo do sistema em questão.


O que acontece com a bomba?

Quando a rotação do eixo é variada, existem três questões para se levar em conta, como segue: 

      Primeiro >> VAZÃO (m³/h ou litros por minuto ou m³/segundo ou GPM ...);  
      Segundo >> PRESSÃO (metros (mc.a / mc.l) / bar / PSI / ...);
      Terceiro >> CONSUMO DE POTENCIA (kW / cv / HP).

A base é a vazão devido à aplicação conforme informado antes, porém nós devemos saber que se variarmos a VAZÃO, certamente a PRESSAO e a POTENCIA CONSUMIDA irão sofrer com a alteração.
Através do aumento ou diminuição da rotação, a VAZÃO usualmente varia linearmente, nós podemos dizer que é PROPORCIONAL. Um simples exemplo é dado:

Rotação do motor = 1750 rpm; 
Bomba THEBE - TH 150/500
Vazão = 100m³/h;
Variação da Rotação = 1600 rpm;

De acordo com as LEIS DA SIMILARIDADES, o triângulo de velocidades permanecem geometricamente similares.

Veja as fórmulas abaixo:

VARIAÇÃO DE VAZÃO = Vazão1750rpm x (Nova Rotação / Antiga Rotação);
VARIAÇÃO DE VAZÃO = 100m³/h x (1600 / 1750) = 91,42m³/h >> RELAÇÃO PROPORCIONAL;

Agora pense sobre a PRESSÃO da bomba que pode ser um pouco diferente da VAZÃO, ou seja, a nova PRESSÃO não é proporcional, ela possui uma variação QUADRÁTICA ou um polinômio de segundo grau, conforme segue:

Baseado no mesmo exemplo dado anteriormente, porém levando em conta que a PRESSÃO a 1750rpm seja 100mc.a;

VARIAÇÃO DE PRESSÃO = Pressão1750rpm x (Nova Rotação / Antiga Rotação)²;
VARIAÇÃO DE PRESSÃO = 100 x (1600 / 1750)² = 83,59mc.a >> RELAÇÃO QUADRÁTICA;

Por fim e talvez a mais importante, o que acontece com a POTENCIA?
Com esta variação, a POTENCIA possui uma relação CUBICA através da alteração da rotação, veja o exemplo abaixo:

Considerando uma potência consumida (fictícia) = 100kW;
VARIAÇÃO DA POTENCIA = POTENCIA1750rpm x (Nova Rotação / Antiga Rotação)³;
VARIAÇÃO DA POTENCIA = 100Kw x (1600 / 1750)³ = 76,42kW >> RELAÇÃO CÚBICA;

OBS: Para um fácil entendimento, outras informações importantes foram negligenciadas como VARIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DO MOTOR E DA BOMBA que serão explicados em outro post.

Quais são as vantagens?

É notório agora que abrimos nossas mentes que ao utilizar um INVERSOR DE FREQUENCIA em cada aplicação, teremos como resultado a vazão exata demanda pelo sistema em questão, ou em outro ponto de vista, é possível atingir uma precisão de pressão em um dado sistema, exemplo >> Na linha conforto residencial é comum aplicar um INVERSOR DE FREQUENCIA para as bombas que alimentam os chuveiros e torneiras e assim consegue-se manter a pressão constante em diferentes horas do dia (diferente demanda), o que significa conforto garantido.
Pense agora sobre a manutenção da bomba e motor quando é possível manter a rotação baixa, os rolamentos podem atingir uma vida mais longa.

Potência consumida, DINHEIRO pode ser economizado?

Algumas pesquisas indicam que as bombas são responsáveis por aproximadamente 12% de todo consumo energia elétrica, e a energia é o ponto, porque eficiência significa dinheiro e também atinge o meio ambiente, assim usuários de bombas e engenheiros devem ter esta consciência e aplicar o máximo possível ideias relativas à eficiência como esta.
Baseado em um calculo grosseiro é fácil enxergar uma grande diferença de consumo em acordo com as fórmulas abaixo:

Vamos assumir um bombeamento de 08 horas por dias e comparar;

Considere o preço da energia  ≈ R$ 0,36 kWh
Bombeamento Normal 1750rpm >> (Potência (kW) / Eficiência do Motor) x Horas/dia x Nº dias x Meses x Preço
Bombeamento Normal 1750rpm >> (100kW / 94%) x 8horas/dia x 30Dias x 12meses x R$ 0,36 ≈ R$ 110.297/ano

BOMBEAMENTO COM USO DE INVERSOR DE FREQUENCIA, vamos assumir 70% do bombeamento sendo controlado para a rotação de 1600rpm:

30% do tempo 1750rpm: >> (100kW / 94%) x [(8horas/dia x 30Dias x 12meses)x0,3] x 0,36 ≈ R$ 33.098/ano
 70% do tempo 1600rpm: >> (76,42kW / 94%) x [(8horas/dia x 30Dias x 12meses)x0,7] x 0,36 ≈ R$ 59.002/ano

CONUMO TOTAL COM VARIADOR DE FREQUENCIA ≈ R$ (33.098 + 59.002) ≈ R$ 92.100/ano
Dinheiro economizado ≈ CONSUMO NORMAL – CONSUMO C/ APLICAÇÃO DE VARIDOR DE FREQUENCIA

Dinheiro economizado ≈ R$ (110.297 – 92.100) = R$ 18.197/ano

Espero que você tenha entendido esta simples avaliação sobre a combinação de tecnologias >> HIDRÁULICA e ELÉTRICA/AUTOMAÇÃO para seu benefício e o mais importante, melhor para o meio ambiente.

Para evitar que o artigo seja muito extenso, este "post" vislumbra o entendimento inicial sobre a correlação entre uma motobomba centrífuga e um inversor de frequência por isso alguns detalhes (IMPORTANTES) foram negligenciados conforme dito anteriormente e possivelmente poderão ser mencionados em uma futuro post, como por exemplo a aplicação de toda a curva de performance de uma bomba centrífuga ao invés de um único ponto (Pressão x Vazão x Potência) exemplificados acima.





Eng. Vinicius F. Piconi
THEBE BOMBAS HIDRÁULICAS S.A.


Revisão: 
Me. Engenheiro Bruno Muswieck
Eletroeste Materiais Elétricos & Tecnologia e Automação

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